1.8.09

Não, não e NÃAAOO!

Então, eu estava cortando o cabelo quando recebi uma ligação histérica, pedindo pra que eu fosse ligeiro para faculdade, pois “a faculdade ia pegar fogo”. Isso era mais ou menos começo do semestre passado.
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A chamada vinha do celular de minha amiga Lizi. Num primeiro momento hesitei, entretanto, quando soube que era contra um possível desmembramento da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), foi só o tempo de tirar os pelos do corpo e correr pra faculdade.

O porquê de eu ter aderido imediatamente ao movimento reside no fato de antever a politicagem existente numa ação benevolente como esta, que dentre outros motivos, "visa ao desenvolvimento de uma região semi-árida como a que estudamos".

Claro que esmola demais até o pobre desconfia, parafraseando adágio popular. No mais das dúvidas, acredito ter muito mais razões escusas por trás dessa criação de uma nova Universidade (“Unida do Sertão” ou “Federal do Sertão”?). Isso é ridiculo, até porque os comentários rolam soltos: tudo já está amplamente decidido e que esses de debates nos dias finais de agosto são apenas para tentar fazer do processo algo escrotamente democrático. Tipo, passou pelo crivo popular, sacou?

As querelas internas, apenas entre o alto escalão administrativo da UFCG, já se estendem faz um tempinho, à revelia do corpo discente. Aí, vos pergunto, há alguma votação para decidir isso tudo? Será que nos perguntaram se de fato queremos isso? Por que realizar reunião de esclarecimento só agora? Tentarão nos convencer com argumentos chulos. O mais comum deles: “os investimentos”. “Ahhh, vai ter dinheiro pra isso”, “Ahh, vamos ter cachê pra atualizar nossas bibliotecas”, “Ahhh, o quadro de professores vai aumentar, vamos dar mais oportunidade para novos alunos”. E o ensino realmente vai melhorar?! Acordem!
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Diante desta maracutaia, negar o que acontece diante da gente é o mesmo que admitir uma possível tentativa de perpetuação do poder no Sertão por parte dos reitores, pró-reitores, coordenadores ou a uma tentativa de "arrumadinho" para que professores continuem no posto que já ocupam, outros ingressem sem formação adequada e alunos sem prestar ou passar no devido vestibular. Algumas situações como estas já desconfiadas em escolas da região e em alguns campi da própria UFCG. Coronelismo? Quem aí habilita a dizer que se lembra das aulas de história?
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Só para constatar que cenas corruptas como estas podem ser efetivadas facilmente basta lembrar que somos afastados de qualquer centro midiático, como a própria Campina Grande, não temos nenhum jornal local de grande circulação, que permita a verdadeira publicidade do que realmente se vê. O que existirá decerto são emissoras de rádios, já controladas por poderes regionais ou sedentas por marketing barato à troca de favores. E aí, onde ficará nosso desejo de um ensino melhor? Onde?!
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Desse modo, usar argumentos que glorifiquem o valor do dinheiro e a possibilidade de retorno deste é a maneira mais simplória e vil de vencer uma batalha nos dias de hoje, sobretudo numa região como a nossa, esquecida dos grandes centros de investimentos industriais e comerciais. Seria a criação de uma nova Universidade, a partir de outra, a solução de todos nossos problemas? Sinceramente, isso está mais, tragicamente, pra conversa de Antônio Conselheiro ou, mais comicamente, para propaganda das Organizações Tabajara!
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Então, minha gente, vamos raciocinar! É bom desacreditar de argumentos como “investimentos” ou “assumir a dignidade (camuflada) de ser sertanejo”, não permitam que “domestiquem nossos anseios”, citando música da cantora Céu. Por isso, continuo insistindo: vamos fomentar o debate e nos organizar em prol de uma transparência na administração dos campi. Não deixem que sejamos "independentes" sem que tenhamos nos empenhado para tanto! Vencer sem luta é uma tremenda covardia. Não sejamos egoístas, não pensemos que o fato de estarmos nos formando logo em breve nos isenta de tomar algum posicionamento. Não sejamos acomodados, moles, preguiçosos. Engoliremos mais esta comida podre que colocam a nossa frente, de preferência a mais fácil de ser digerida? Melhor não, né?!

Portanto, contra essa tentativa demofascista de empurrar comida em nossa goela abaixo, NÃO, NÃO E NÃO AO DESMEMBRAMENTO DA UFCG!
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Valfredo Mateus Santana ou Mateus ou Pulserinha, estudante do 6º. de Direito, no CCJS. Sim, eu uso pulseirinhas, muitas. E estou muito Indignado! [m4theuzz@hotmail.com]
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P.s: Isso aqui é realmente democrático. Caso tenha uma opinião totalmente diferente da nossa, deixe um comentário abaixo do post ou envie e-mail pra gente, com o seu texto. O endereço é: cxdeleite@gmail.com. Sua opinião é muito importante e é ela que nos incita a manter isso aqui. Ah, sai espalhando também para os amigos. E quem tiver papagaio melhor ainda, que cena ele divulgando nosso movimento para o vizinho! Hehehehehe... ABRAÇO!

3 comentários:

Lizi Correia disse...

como pode ninguém querer expor sua opinião?
onde estamos?
331 acessos desde que começamos com o contador, a partir do primeiro post do desmembramento... e o que vemos é pouco descaso.

Valfredo Mateus disse...

também acho, galera. tudo bem que visitam e tal, mas não dê apenas uma olhada, para dar continuidade as suas conversas no msn. sejam conscientes, depois não coloquem a culpa apenas nos "sarneys" da vida. qual sua parcela de culpa, em tudo que está acontecendo? não percam a esperança!

... disse...

Isto é fato o que Lizi e Mateus estao falando. Vamos fazer uma tremenda mudança nessa sujeirada toda gente ^^
Fica apenas 'a par' do caso nao muda nada, vamos a luta.