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4.6.08

Produção de mercadorias e modo de produção capitalista

Sandra Belchior
2º Estágio

MERCADORIA E PRODUÇÃO MERCANTIL

Mercadoria: é um objeto externo ao homem, algo que satisfaz uma necessidade humana qualquer, material ou espiritual.

A existência da sociedade sempre depende da produção de valores de uso. Só constituem mercadorias aqueles valores de uso que poder ser reproduzidos. A mercadoria é um valor de uso que se produz para a troca, para a venda. Ela sintetiza o valor de uso e o valor de troca.

Para que haja produção de mercadorias, duas condições são absolutamente necessárias:

  • A existência da divisão social do trabalho;
  • A articulação da propriedade privada aos meios de produção.

Apenas o modo de produção capitalista caracteriza-se como um modo de produção de mercadorias.

A PRODUÇÃO MERCANTIL SIMPLES E PRODUÇÃO CAPITALISTA

A produção mercantil supõe a divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção.

A produção mercantil simples não implicava relações de exploração, existia o trabalho pessoal dos artesãos e camponeses que eram os proprietários do meio de produção, a qual destinava-se basicamente a um mercado restrito, de âmbito local.

Processo de circulação característico do Modo de Prod. Mercantil Simples:

M -> D -> M ( MERCADORIA – DINHEIRO – MERCADORIA)

O dinheiro servia exclusivamente como meio de troca.

Depois, houve a ampliação dos mercados e bla bla bla.

Os comerciantes já não controlavam a produção: compravam mercadorias a um preço menor e as revendiam por um preço maior, é a base do capital comercial : o lucro.

D -> M - > D+ ( DINHEIRO – MERCADORIA – DINHEIRO ACRESCIDO)

Já no século XVIII veio a produção mercantil capitalista. Nela, desaparece o trabalho pessoal do proprietário, surge um capitalista que compra a força de trabalho e é dono dos meios de produção, que vão produzir a mercadoria. A diferença assenta na exploração da força de trabalho, que é comprado mediante salário

D -> M -> D’ ( DINHEIRO – MERCADORIA – DINHEIRO ACRESCIDO)

D’ = dinheiro + mais-valia

As classes fundamentais do modo de produção capitalista são: os capitalistas e o proletariado.

Está posta a possibilidade de mercantilizar o conjunto das relações sociais quando até a força de trabalho se converte em mercadoria.

O surgimento desse modo de prod. teve como condições um alto grau de desenvolvimento da produção de mercadorias e um correspondente aumento do papel do dinheiro nas trocas.

A ACUMULAÇÃO PRIMITIVA

A acumulação primitiva é um processo histórico que se operou do final do séc. XV até meados do século XVIII, ela criou a condição fundamental para o surgimento do modo de prod. capitalista: a relação capital/trabalho.

É ainda nas entranhas da sociedade feudal que, no séc. XVI, começa a se constituir a sociedade burguesa.

VALOR E DINHEIRO

O valor de uma mercadoria é a quantidade média de trabalho exigida para sua produção, tal valor só pode manifestar-se através do valor de troca.

O dinheiro é a mercadoria especial pela qual todas as outras expressam seu valor. O valor de uma mercadoria expresso em dinheiro é o seu preço.

O dinheiro funciona como:

  • Equivalente geral: equipara todas mercadorias oferecidas;
  • Meio de troca: possibilita a circulação de mercadorias;
  • Medida de valor: oferece padrão de mensuração para todas mercadorias;
  • Meio de acumulação: pode ser guardado para uso posterior;
  • Meio de pagamento universal: serve para quitar qualquer dívida.

A LEI DO VALOR

Lei do valor: as mercadorias são trocadas conforme a quantidade de trabalho socialmente necessário nelas investido. Essa lei passou a regular as relações econômicas quando a produção mercantil, sob o capitalismo, se universalizou. Ela comparece no mecanismo das crises econômicas.

Essa regulação aparece através da concorrência no mercado, encarecendo as mercadorias que faltam e barateando as mercadorias que abundam.

O FETICHISMO DA MERCADORIA

As relações sociais dos produtores aparecem como se fossem relações entre as mercadorias. A mercadoria passa a ser , então, a portadora e a expressão das relações entre os homens. A mercadoria domina os homens, esse poder autônomo que as mercadorias exercem é chamado de “fetichismo da mercadoria”.

CATEGORIAS DA ECONOMIA POLÍTICA

CATEGORIAS DA [CRÍTICA DA] ECONOMIA POLÍTICA

A Economia Política extrai da análise histórica categorias, as quais são compreendidas em duplo sentido:

  • Ontológicas: existência real; são formas, modos de existência, que operam na vida em sociedade, independentemente do conhecimento que os homens tenham a respeito dela. Ex: Sabemos lidar com o dinheiro, sabemos que ele expressa valor, que é a categoria ontológica.

  • Reflexivas: Através da reflexão, do pensamento racional, da análise teórica, os homens conseguem apreender a estrutura fundamental, a essência, através de meios conceituais, como produtos do pensamento: são categorias reflexivas. Ex: Se fosse pedido que explicássemos as funções econômicas do dinheiro, suas relações com o trabalho, seu dinamismo... Isso seria a parte reflexiva que não impede que tenhamos a categoria ontológica. São independentes.

A COMUNIDADE PRIMITIVA E O EXCEDENTE ECONÔMICO

Na Comunidade Primitiva as atividades eram comuns e os resultados eram repartidos. Não havia propriedade privada de nenhum bem. Imperavam a igualdade resultante da carência generalizada e a distribuição eqüitativa do pouco que se produzia.

Essa Comunidade foi dissolvida por 2 elementos primordiais: 1) a domesticação de animais; 2) o surgimento da agricultura.

Os resultados da ação do homem sobre a natureza permitiram uma produção de bens que ultrapassava a necessidade imediata de seus membros. Estava surgindo o excedente econômico ( é a diferença entre o que a sociedade produz e os custos dessa produção ). Com ele, aparece na história a possibilidade de acumular os produtos do trabalho. Um outro efeito é a maior divisão e distribuição do trabalho.

Assim, produzem-se bens que, não sendo utilizados no autoconsumo da sociedade, destinam-se à troca com outras comunidades. É o nascimento da mercadoria, com o comércio. Há agora, a capacidade e a “necessidade” de exploração do outro. A comunidade divide-se. A comunidade primitiva entra em dissolução, sendo substituída pelo escravismo.

FORÇAS PRODUTIVAS, RELAÇÕES DE PRODUÇÃO E MODOS DE PRODUÇÃO

Elementos do processo de trabalho:

  • Meios de trabalho: o que o homem usa para trabalhar ( instrumentos, ferramentas, etc.) junto com a terra, que é o meio universal.
  • Objetos de trabalho: tudo sobre o que se aplica o trabalho. Ex: artesão usa argila; marcineiro usa madeira; matérias brutas ou modificadas.

  • Força de trabalho: capacidade dos homens de operarem os meios de produção

    1. Meios de produção: meios de trabalho + objetos do trabalho
    2. Forças produtivas: elementos do processo de trabalho

O crescimento da produtividade do trabalho depende da força de trabalho.

Na medida que se desenvolve a capacidade produtiva da sociedade, esta divide as ocupações necessárias à produção de bens entre seus membros – instaurando a divisão social do trabalho.

O trabalho é um processo social, ainda quando realizado individualmente, as forças produtivas operam dentro das relações determinadas entre os homens e a natureza e entre os próprios homens.

Regime de Propriedade > Relações Sociais > Relações Técnicas de Produção

As relações técnicas de produção dependem das características técnicas do processo do trabalho, e se subordinam às relações sociais de produção que são determinadas pelo regime de propriedade dos meios de produção fundamentais.

Modo de produção: articulação entre forças produtivas e relações de produção.

Enquanto as forças produtivas tendem a um desenvolvimento cumulativo e intenso, as relações de produção modificam-se muito mais lentamente. Existe a correspondência assinalada quando as relações de produção favorecem o desenvolvimento das forças produtivas.

No modo de produção encontra-se a estrutura econômica da sociedade.

Superestrutura: é o conjunto de instituições e de idéias que são compatíveis a base econômica da sociedade.

Em cada modo de produção as relações entre estrutura e superestrutura dão igualmente particulares. Dois pontos esclarecem o exame dos modos de produção:

  • Leis de desenvolvimento: objetivas, isto é, operam independentemente da consciência dos homens e dos juízos de valor que delas se façam. As leis econômicas possuem um caráter tendencial (dada a extrema complexidade do ser social, são tendências que podem ser travadas por contratendências); elas têm validade limitada ( não são suprahistóricas).
  • Possibilidade de transformação estrutural e substantiva de um modo de produção: na transição de um modo de produção a outro, os resquícios do velho modo de prod. se associam aos novos, e subordinam-se a eles. No caso da ocorrência de combinação entre eles, dá-se o nome de formação econômica social, para designar a estrutura econômico-social específica de uma sociedade determinada, em que um modo de prod. pode coexistir com outros precedentes.

PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO

Valor de uso: algo que tem a finalidade e a qualidade de satisfazer uma necessidade qualquer.

Produto social global: o conjunto de bens produzidos numa sociedade determinada, num lapso de tempo também determinado.

Distribuição: consiste na forma pela qual o produto social global é dividido entre os diferentes membros da sociedade.

A repartição do produto social global está conectada ao regime de propriedade dos meios de produção fundamentais, as relações de distribuição são determinadas pelas relações de produção.

Consumo produtivo: o consumo dos meios de produção no processo produtivo;

Consumo improdutivo: o consumo de valores de uso que não contribui para a continuidade do processo produtivo;

Consumo individual: o consumo direto de um valor de uso por uma membro da sociedade;

Consumo coletivo: o consumo de um valor de uso por um conjunto de membros da sociedade.

O ESCRAVISMO E O FEUDALISMO

Com o excedente surgiu a possibilidade de o homem produzir mais do que consome. As apropriações das forças produtivas levaram ao escravismo. Só vale a pena ter escravos se o seu proprietário puder extrair deles um excedente.

Como parte do excedente econômico toma a forma de mercadoria, o comércio começa a se desenvolver, implicando o aparecimento do dinheiro (meio de troca) e de um grupo social dedicado a atividade mercantil.

O escravismo significou um passo adiante na história da humanidade.

“Desde que a civilização se baseia na exploração de uma classe por outra, todo seu desenvolvimento se opera numa constante contradição. Cada progresso é, ao mesmo tempo, um retrocesso na condição da classe oprimida, isto é, da imensa maioria. Cada benefício para uns é necessariamente um prejuízo para outros; cada grau de emancipação conseguido por uma classe é um novo elemento de opressão para a outra.” Marx

Feudos: base territorial de uma economia fundada no trato da terra.

O feudalismo consistia numa classe de produtores diretos, os servos, que já então gerava um excedente agrícola significativo, expropriado pelos senhores feudais.

O surgimento do comércio e desenvolvimento, estimulará o surgimentos das cidades. É nelas que os núcleos das redes comerciais se localizarão. Um grupo social começa a ganhar importância : comerciantes/mercadores, representantes do capital mercantil, movidos pelo lucro. Essa classe derrota a feudalidade... é a burguesia.

27.3.08

História do Pensamento Econômico - Uma abordagem introdutória

Carlos Roberto Vieira Araújo


Professora: Sandra Belchiorr

A escola clássica


Os principais representantes da escola clássica são Adam Smith, Ricardo, Malthus e John Stuart Mill. Sucedem aos fisiocratas e mercantilistas, correntes que não constituíram escolas por não apresentarem um corpo doutrinário completo e coerente. Os clássicos davam importância ao crescimento da indústria e tinham a necessidade de maior liberdade comercial, diferentemente dos fisiocratas e mercantilistas, respectivamente. Esses canais de pensamento já não se ajustavam às necessidades da expansão econômica.
Os fisiocratas acreditavam que a riqueza das nações estava na agricultura. A indústria não criava, apenas transformava insumos em produtos.Os mercantilistas preocupavam-se com a política econômica (saldos favoráveis, metalismo, poder do Estado). A política mercantilista exacerbou o nacionalismo, estimulou as guerras e uma maior presença do Estado na economia.
A escola clássica é definida a partir de suas preocupações fundamentais e pelo tipo de abordagem dos problemas. Ela preocupou-se com o crescimento econômico a longo prazo e como o modo de distribuição da renda entre as classes sociais influenciou este crescimento. Os clássicos estavam preocupados com uma teoria de crescimento econômico. O crescimento se dá graças à acumulação do capital.
Para os clássicos, a sociedade dividia-se em trabalhadores, latifundiários e capitalistas. Os trabalhadores destinam toda sua renda para subsistência; os latifundiários com seu consumo supérfluo, ao desviarem parte da renda para si, diminuem o excedente econômico a ser reinvestido; os capitalistas têm a função de acumular, criando as bases da expansão econômica.
Os fisiocratas acreditam que todas as classes, exceto a dos agricultores, eram improdutivas. Os termons produtivo e improdutivo não trazem em sim um julgamento de valor nem conotação negativa, são apenas categorias para a análise da realidade econômica. Os clássicos defendiam que os trabalhadores produtivos eram todos os que criavm a riqueza material da nação.
O declínio da escola clássica é explicado em dois pontos:
  • Incapacidade de dar resposta satisfatória a alguns problemas importantes no campo teórico;
  • a não adequação das explicações clássicas aos interesses da classe dominante.
Os clássicos preocupavam-se com a distribuição do produto entre as classes e com o papel de cada classe na geração da riqueza. Acreditavam que a ciência econômica era regida por leis naturais que levavam o sistema à auto-regulação e equilíbrio. Ou seja, as forças econômicas levavam-no a uma situação ideal e à harmonia entre classes, desde que sem interferências estranhas. Laissez-faire: não intervenção do Estado nas leis do mercado. As intervenções ou regulamentações governamentais impediam o pleno funcionamento do sistema.

Principais características:
  • preocupação com o crescimento econômico a longo prazo;
  • preocupação com o destino do excedente e com o modo pelo qual a sua divisão entre as classes afeta o crescimento;
  • afirmação de que a economia é regida por leis naturais, auto-reguladoras que levam à harmonia social. Não há necessidade de intervenção do Estado. (laissez-faire).

Adam Smith(1723-1790)

Autor de A riqueza das nações, através de críticas mostra que é contra as regulamentações e a intervenção excessiva do governo na economia, contra as leis que dificultavam a mobilidade da força de trabalho. Argumentando sempre em favor da livre iniciativa.
A causa da riqueza das nações é o trabalho humano. A divisão do trabalho resulta da tendência inata do homem para a troca e traz consigo uma série de sequências positivas, como economia de tempo e condições mais favoráveis para que os trabalhadores inventem ou aperfeiçoem máquinas e instrumentos que lhes poupem esforço. É preciso ampliar mercados para aumentar a produtividade e a riqueza. A acumulação aumenta as forças produtivas da nação. O ser humano é levado a agir pelo seu espírito de recompensa. A teoria da mão invisível de Smith diz que quando nos dirigimos a alguém "nunca lhe falamos de nossas necessiddes e sim de suas vantagens." Essa busca pelo interesse próprio leva à competição que traz a harmonia social; a não intervenção nas leis do mercado, ou o liberalismo econômico.
Para Smith o Estado deveria: proteger a sociedade contra ataques externos; estabelecer a justiça; manter obras e instituições não lucrativas necessárias à sociedade. O Estado controlaria a emissão de papel moeda, a taxa de juros e protegeria insústria nacional. Embora a situação da classe oeprária não fosse boa naquela época, acreditava no determinismo das leis naturais, uma vasta visão otimista de que a riqueza só podia crescer.



DAVID RICARDO (1722-1823)


Um dos maiores economistas clássicos que nunca frequentou a universidade. Sua principal obra foi Princípios de economia política e de tributação. É nessa obra que Marx e os socialistas vaõ se ater aos estudos da distribuição do produto entre as classes e vão encontrar um ponto de partida para o desenvolvimento de novas teorias.
Para Ricardo, o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho nela incorporada. O valor é dado pelo seu custo em trabalho,o qual é calculado pelo trabalho mediato e imediato. Custo do trabalho do trabalhador (imediato), custo do trabalho incorporado à máquina (custo mediato). Por fim, todo custo pode ser decomposto em sua expressão mais simples que é o trabalho humano.
A utilidade não tinha certo peso na determinação dos preços para os clássicos. A oferta e a procura explicam as oscilações dos preços em torno de determinado patamar, não os preços.
O custo em trabalho só explica o valor quando se trata de bens que "a indústria humana pode reproduzir de maneira praticamente ilimitada". Toda mercadoria tem dois preços: o preço natural, equivalente ao valor e o preço de mercado, que oscila em torno do valor, conforme a oferta e a procura.

Teoria da Repartição

O problema central da economia política, para Ricardo, é explicar as leis que regulam a repartição do produto nacional entre as diversas classes sociais. A composição de classes foi considerada por ele como um fator tão condicionante do crescimento econômico que tal crescimento não poderia ser explicado se não se partisse do estudo de como o produto social se distribui entre as classes. Em seu esquema existem três classes: a latifundiária, a capitalista e a operária. Os proprietários de terras não a cultivam. É o capitalista que se dedica à produção e para isso aluga a terra do latifundiário e contrata operários para cultivá-la. A renda é a diferença entre o produto obtido pelo emprego de duas quantidades iguais de capital e trabalho. Percebendo o conflito de interesses entre as classes, toma partido em favor dos capitalistas contra os latifundiários, porque, em sua teoria, o motor do crescimento econômico é o lucro.

Modelo de Formação de Renda

Em um país onde a terra é livre e só a melhor terra é cultivada, porque a população não é suficientemente grande, não se tem renda. Renda é a parte do produto que vai para o latifundiário.
Levando em consideração que existe uma terra A que produz 1 tonelada de trigo, com quantidade fixa de trabalho e capital, cairemos na conclusão de que o preço da tonelada deve cobrir ao menos os custos de produção.
Supondo que a população cresça e que terras menos férteis sejam incorporadas à estrutura produtiva, teremos um aumento no preço do trigo.

A terra A mais fértil tem um custo X na produção, enquanto a terra B menos fértil tem um custo maior ( X + Y) de produção.

Como a terra B tem mais custo para produzir a mesma quantidade de trigo que A, o preço do trigo vai aumentar. E, a terra A que teve um custo menor venderá o trigo pelo mesmo preço que B. Assim foi criada a renda, e a terra B só terá renda quando uma terra menos produtiva entrar em concorrência com ela. Mas a renda criada não vai continuar nas mãos do capitalista, pois este deverá pagar ao latifundiário pelo uso da terra. Há um conflito de interesses. Ricardo se posiciona ao lado dos capitalistas, pois para ele o motor do crescimento econômico é o lucro (excedente disponível para investimento) .

TEORIA DA EVOLUÇÃO ECONÔMICA

Os componentes do preço mínimo são os salários e o lucro natural. Lucro é um resíduo. Salário divide-se em: natural e de mercado. Salário natural é aquele que permite a aquisição de uma cesta mínima de bens que possibilite os operários subsistirem sem aumento ou diminuição. É o mínimo que proporciona a sobrevivência dos operários. Salário de mercado é o determinado pela oferta e procura de trabalhadores. Se a mão-de-obra for abundante, o salário cai. Se for escassa, aumenta. O salário de mercado sempre estará próximo ao salário natural, se os salários sobem a população aumente e teremos muitos trabalhadores. A abundância provocará quedas de salários de mercado, a população vai cair e o salário aumentar, e assim vai ... No estado estacionário, a economia não cresce nem diminui, é o estado onde o lucro tende a zero.


TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS

Mostra que mesmo no caso de um país ser superior a outro na produção de dois bens, ainda sim o comércio entre eles é compensador. Os países devem especializar-se naquilo que são mais capazes de produzir. A falha desta teoria se estabelece no fato de se considerar o mundo econômico de maneira estática.


THOMAS MALTHUS (1766-1834)


Malthus torna-se conhecido após a publicação do livro Ensaio sobre o princípio da população. Acreditava que as causas dos males era a fertilidade humana. Para ele a guerra era um dos mecanismos da natureza capaz de impedir o excessivo crescimento da população. Rejeitava a lei de Say (a oferta gera uma própria demanda), onde encontrava dois problemas: a exclusão da demanda efetiva e da poupança e do investimento ou da "teoria dos excessos gerais".
Sua obra voltava-se para a defesa dos proprietários de terra e das classes não produtivas em geral. Preocupava-se com a superprodução, achava que poderia resolvê-la aumentando a demanda de bens de consumo. Defensor dos rentistas, colocava-os como indispensáveis na solução dos problemas de superprodução. Era favorável ao protecionismo.


KARL MARX (1818-1883)


CONCEITOS IMPORTANTES

Capital não é uma coisa. É uma relação social. É a relação de produção que surge com o aparecimento da burguesia, classe social que se aproveita privadamente dos meios de produção e se firma definitivamente após a dissolução do mundo feudal. Capital é uma relação que se caracteriza pela compra e venda da força de trabalho, ele surge quando tudo se torna mercadoria, inclusive a força de trabalho. É a partir dessa relação que os meios de produção se tornam capital e a força de trabalho, mercadoria.O capitalista vai ao mercado e compra mercadorias(força de trabalho e meios de produção) com a finalidade de aumentar o dinheiro. Marx fala de capital constante ( relacionado às máquinas e equipamentos) e capital variável (relacionado à força de trabalho).


QUATRO CONCEITOS

  1. A classe social para Marx é definida objetivamente pela posição que a pessoa ocupa na estrutura de produção.
  2. Mercadoria é o produto que se destina à troca no mercado.
  3. Bens e produtos são os produzidos para o autoconsumo.
  4. Trabalho produtivo é aquele que é comprado com o capital dinheiro, sendo capaz de produzir um excedente, ou qualquer forma de trabalho que crie mais-valia. Trabalho improdutivo é o trabalho contratado como serviço pessoal ou como artigo de consumo.


VALOR E MAIS-VALIA


  • Valor de uso: é a serventia do bem;
  • Valor de troca: qualidade de um bem ser equivalente a outro com o qual pode ser trocado.
O valor de uma mercadoria é igual ao tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la.

  • Trabalho concreto: é o trabalho considerado em sua forma específica.
  • Trabalho abstrato: é o trabalho abstraído de suas modalidades específicas. É o puro dispêndio de energia gasto na produção de um bem.

O trabalho concreto cria o valor de uso . O trabalho abstrato cria o valor, aquela qualidade que permite a comparação entre bens. Marx diz que todos os fatores que entram no custo de produção de um bem são redutíveis ao trabalho e que só este cria o valor.
No custo de produção entram o preço da matéria-prima, a depreciação das máquinas, o preço da enerigia, do óleo, dos lubrificantes etc., assim como o trabalho imediato. O valor de um bem equivale a seu custo em trabalho. O trabalho qualificado, é considerado por Marx, o trabalho simples exponenciado.
A oferta e a procura fazem oscilar o preço do mercado em torno de determinado patamar. Este patamar é o preço natural, o valor do bem. Segundo Marshal, o preço de um bem não pode ser determinado apenas pela oferta e pela procura imediata. Os custos de produção devem fazer parte essencial deste preço.

O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO


Se o valor é medido pela quantidade de trabalho incorporado a um bem, o princípio deve ser aplicável também ao mercado de trabalho.
  • Força de trabalho: são as aptidões físicas e mentais que o trabalhador possui e que vende ao capitalista mediante um contrato. O valor da força de trabalho é igual ao valor da cesta de bens que possibilita a sobrevivência do trabalhador na sociedade em que ele opera; é o tempo necessário à produção da cesta de bens para o sustento do trabalhador, pode cobrir apenas uma parcela da jornada de trabalho.
O valor que excedeo valor da força de trabalho e que vai para as mãos capitalistas, Marx denomina mais-valia. É aquele valor que o trabalhador cria além do valor de sua força de trabalho.



MAIS-VALIA ABSOLUTA E MAIS-VALIA RELATIVA


  • Mais-valia absoluta: é a mais-valia que se obtém pelo prolongamento da jornada de trabalho.
  • Mais-valia relativa: é a mais-valia que se obtém mediante a diminuição do tempo de trabalho necessário. (ex: o trabalhador deixa de gastar 8 horas para produzir seu susteto, passando a gastar 6h).

O esforço capitalista em aumentar a produtividade não visa à diminuição da jornada de trabalho, mas à diminuição do tempo de trabalho necessário. Ao diminuir o tempo de trabalho necessário, sem diminuir a jornada de trabalho, consegue-se mais trabalho excedente.
A essência do capitalismo é a formação do valor e a apropriação da mais-valia pelo capital.


OS COMPONENTES DO VALOR

  • Capital constante(c): parte do capital destinado À construção de fábricas, compra de máquinas e equipamentos, matérias prims, energia, etc.
  • Capital variável(v): parte do capital destinado à compra da força de trabalho(salários). No fim deste, o capitalista obtém um acréscimo de valor (m).
Valor Total = c + v + m ( os 3 componentes do valor), isto não aparece no plano visível, só no plano da análise.


TAXA DE MAIS-VALIA

É a razão entre a mais valia(excedente) e o capital variável(salário).

m'= m/v
Esta taxa pode ser elevada pelo aumento da jornada de trabalho, ou pelo umento da produtividade, ou pela redução do salário real, ou por uma combinação dos três.


COMPOSIÇÃO ORGÂNICA DO CAPITAL

É a relação entre capital constante e capital total.

q = c / c + v

TAXA DE LUCRO

É a razão entre mais valia e capital total.
l = m/ c + v
Ela leva em contao trabalho passado que se cristalizou em máquinas, equipamentos, etc., que é transferida pouco a pouco, ao produto final.

A relação entre taxa de lucro, taxa de mais valia e composição orgânica é dada ´por:

l = m'(1-q)

Com o crescimento da composição orgânica do capital, a taca de lucro tende a cair. Este é um dos problemas dessa teoria de Marx.



O EXÉRCITO INDUSTRIAL DE RESERVA

O nível salarial oscila acima e abaixo do nível de subsistência, mas essas oscilações são causadas pelo excedente populacional relativo, ou seja, por um excesso de trabalhadores que não consegue emprego. Este é o exército industrial de reserva. O processo que leva à substituição de homens por máquinas cria uma parecela do exército. O sistema produtivo é incapaz de absorver toda a população que chega ao mercado.


ACUMULAÇÃO DE CAPITAL

A força motriz do sistema capitalista é a acumulação de capital. O excedente é criado e apropriado: a conhecida mais-valia.

  • Forças produtivas: são os elementos que entram no processo produtivo: força de trabalho e meios de prodção.
  • Relações de produção: estabelecidas entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores.
  • Superestrutura: é a base econômica que condiciona a forma do Estado, o direito e a ideologia de um povo.
A acumulação cessaria se desaparecesse a diferença entre o valor da força de trabalho e o valor do produto criado por esta força. Para que o sistema funcione, é necessário que o valor do produto seja maior que o valor da força de trabalho.
O que caracteriza o sistema capitalista é a maneira pela qual este excedente é criado e apropriado pelos que detêm o monopólio dos meios de produção. O capital tem origem na acumulação primitiva, que é o processo em que a aprorpiação do excedente é levada a cabo pela força.

Apresentação de Slides - Fundamentos econômicos da política social

http://www.4shared.com/file/42784635/bff2aa76/1_AULA


Professora: Sandra Belchior

Aula em apresentação no power point .


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